domingo, 22 de junho de 2014

APRENDA A CONFECCIONAR A "CAIXA DE KUAN YIN" CURA E EQUILÍBRIO NA ENERGIA DA COMPAIXÃO!!!




Certo dia, ao enviar Magnified Healing® e Light Healing® para uma lista de pessoas, perguntando-me o que mais poderia fazer, especialmente quando eu não estivesse mais enviando as energias de cura para elas, Kuan Yin me ensinou a confeccionar “a Caixa de Kuan Yin”.

Ela me disse: “Quando você envia Magnified Healing® e Light Healing® para alguém, Eu já estou no Comando! Porém, você pode entregar todas as pessoas e todas as situações em Minhas Mãos, mesmo quando as mesmas não estiverem recebendo as energias de cura.”.

E assim, eu me abri para receber as instruções, confeccionei a “Caixa de Kuan Yin” e comecei a colocar nomes de pessoas dentro da caixa.

Meu intuito era, inicialmente, perceber os resultados.



Resultados muito positivos com a “Caixa de Kuan Yin”

E o que percebi que entregar pessoas, animais, situações e lares na “Caixa de Kuan Yin” faz toda a diferença! Mesmo quando as mesmas não estão recebendo Magnified Healing® ou Light Healing®, vejo que Kuan Yin atua e alguma mudança positiva acontece, muitas vezes de forma imediata.

Percebi que muitas pessoas são reequilibradas ou ate mesmo curadas apenas com este procedimento!



“Caixa de Kuan Yin”: mais um recurso de cura!

A “Caixa de Kuan Yin” tornou-se um recurso que uso todos os dias!

É uma forma simples, fácil e muito eficiente de entregar qualquer Ser ou qualquer problema nas Mãos de Kuan Yin e permitir a Sua Ação Milagrosa e Compassiva.

Chegou o momento de compartilhar!

Eu te estimulo a confeccionar a sua “Caixa de Kuan Yin”.

Use e perceba a Ação de Kuan Yin!



Preciso ser iniciado em Magnified Healing® ou Light Healing®?

Você não precisa ser iniciado em Magnified Healing® ou Light Healing® para ter a sua própria “Caixa de Kuan Yin”.

Basta a sua intenção de conectar-se com Kuan Yin e a sua vontade de ajudar a si mesmo ou as pessoas ao seu redor.



Quando usar a “Caixa de Kuan Yin”?

Sempre que sentir necessidade de ajudar alguém.

Quando alguém te pede por ajuda ou por orações.



Preciso da autorização ou pedido da pessoa?

Não. Kuan Yin diz que este é um procedimento que não invade o livre arbítrio de ninguém. É como se você estivesse orando para as pessoas e entregando-as nas Mãos de Kuan Yin.

Tornou-se para mim um ótimo recurso para quando as pessoas não pedem por Magnified Healing® ou Light Healing® e sinto que precisam de ajuda.



Como confeccionar a “Caixa de Kuan Yin”

Material:

Uma caixa do seu agrado, sem tampa, de qualquer material.


Um Cristal: Drusa de Ametista, aproximadamente do tamanho da palma da sua mão.







Instruções:

1. Limpe a Drusa de Ametista: deixe na água com sal por 30 minutos e coloque ao sol para secar. Repita a limpeza da Drusa de Ametista a cada 3 meses.

2. Escreva num papel:

“Amada Kuan Yin: Aqui há um Templo: a Sua Gruta Cristalina! Que a Força e o Poder do Amor, da Compaixão, do Perdão e da Transmutação, concedidos a Ti por Deus Pai e Mãe, Criadores deste Universo, preencham esta Gruta Cristalina, cumprindo a Promessa da Perfeição á todos os Filhos da Luz.”

“Eu entrego em Suas Mãos, todos os Seres cujos nomes eu coloco aqui, a fim de que o melhor seja manifestado a todos.”

Atue para que problemas, desequilíbrios, dores e/ou sofrimentos sejam imediatamente liberados, curados e dissolvidos, a fim de que possam manifestar Deus na Terra: aqui, agora e sempre!

“Em todos os níveis, tempos e dimensões!”

“Amém, Amém, Amém e Amém!”

3. Leia em voz alta as palavras que acabou de escrever.

4. Coloque o papel dentro da caixa e por cima a Drusa de Ametista.

5. Consagre elevando a caixa acima da sua cabeça, verbalizando 3 vezes o mantra para Kuan Yin: “Om Mani Padme Hum“.

6. Coloque a “Caixa de Kuan Yin” num local que você considere sagrado: pode ser no seu templo dedicado a Ela, onde você medita ou onde faz as suas orações e/ou práticas espirituais.

Está pronta. Agora você já pode colocar nomes na sua Gruta Cristalina de Kuan Yin!



Entregando nas Mãos de Kuan Yin

1. Escreva o nome e sobrenome da pessoa. Se souber a data de nascimento, escreva também, mas não é imprescindível.

Lembre-se: você também pode pedir pelos seus animais.

2. Se preferir, pode descrever o problema ou a situação que necessita de cura. Por exemplo: (Nome) – desemprego; (Nome) – doença (descreva o nome da doença); (Nome) – tristeza; etc.

Eu, particularmente, costumo escrever apenas o nome, pois acredito que assim Kuan Yin vai olhar por tudo. Escrevo o problema apenas quando sinto que há muita urgência no caso.

Sinta em seu coração como escrever. Kuan Yin vai te intuir.

3. Ao colocar qualquer nome na “Caixa de Kuan Yin”, você diz em voz alta:

-“Kuan Yin eu entrego (nome) em Suas Mãos. Manifeste a Perfeição!”



Outras Instruções:

1. Kuan Yin sugere que de tempos em tempos – por volta de 3 meses aproximadamente, você dê “uma olhada na “Caixa de Kuan Yin”, verificando os nomes, a fim de avaliar quais já podem ser retirados e quais ainda necessitam permanecer.

De novo, siga sua intuição. Kuan Yin vai te intuir.

2. Queime os papéis cujos nomes serão retirados da “Caixa de Kuan Yin”, agradecendo da maneira que preferir.



Kuan Yin agradece!

Você estará ajudando-A na cura da Terra e de toda a Humanidade!

sexta-feira, 20 de junho de 2014

YOGA:





"O objetivo primordial do Yoga é restabelecer a paz.
Estabelecer a simplicidade da mente, e libertá-la da confusão e da dor.
Esta sensação de calma vem da prática dos asanas iogues e pranayama.
Diferentemente de outras formas de exercícios que tensionam músculos e ossos,
o Yoga gentilmente rejuvenesce o corpo.
Ao restaurar o corpo, o Yoga liberta a mente de seus sentimentos negativos
causados pelo ritmo frenético da vida moderna.
A prática de Yoga completa os reservatórios
da esperança e do otimismo dentro de você.
Ela o ajuda a suplantar todos os obstáculos
no caminho para a saúde perfeita
e para o contentamento espiritual.
É um renascimento.”
~B.K.S Iyengar~

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Leia os textos do Prof. Pedro Kupfer
O que é YOGA
Que YOGA praticar?
Leia os textos do Prof. Hermógenes
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Sobre os benefícios da Yoga Revista Isto É





A Ciência do Yoga



A Ciência do Yoga é uma das diversas contribuições originais da Índia para o mundo. Pretende-se descobrir e perceber a Realidade última através de práticas de yoga. Acharya Patanjali, seu fundador, era originário do distrito de Gonda (Ganara) em Uttar Pradesh. Prescreveu o controle do prana (sopro de vida) como meio de controlar o corpo, mente e alma. Isto posteriormente recompensa com uma boa saúde e felicidade interior. As 84 posturas de yogade Acharya Patanjali efetivamente melhoram a eficiência do aparelho respiratório, sistema circulatório, nervoso, digestivo e endócrino e muitos outros órgãos do corpo. A Ciência do Yoga ganhou popularidade devido à sua abordagem científica e benefícios. Yoga também detém o lugar de honra como uma das seis filosofias no sistema filosófico indiano.
Acharya Patanjali será sempre lembrado e reverenciado como um pioneiro na ciência da auto-disciplina, a felicidade e auto-realização


Acharya Patanjali


Os Oito Princípios da Yoga de Patanjali são: 1.Yama (princípios éticos), 2. Niyama (princípios morais) 3. Ásanas (posturas físicas), 4. Prãnayamas (exercicios respiratorios), 5.Pratyaraha (remoção dos sentidos do mundo externos), 6. Dharana (concentração), 7.Dhyana (meditação), 8. Samadhí (realização da meta).

Árvore do Yoga




(clique na imagem para ampliar)




1. Yama - Na filosofia do Yoga, a moral ou a moralidade possui o significado de estar em harmonia com o Universo, estar em estado de harmonia mental. A harmonia mental é necessária para poder meditar, para que a mente flua livre, sem impedimentos. Então, o propósito de Yama é produzir um estado de equilíbrio mental, onde a relação os outros seja harmoniosa, serena, pacífica. A palavra Yama quer dizer “controle”, ou seja, como devemos nos controlar, nos comportar perante os outros.


Cinco 5 princípios do Yama:
*Ahimsa: Significa não ferir ou magoar a outro Ser com Pensamento, Palavra ou Ação.Também é traduzida como Não-Violência.
* Satya: significa Verdade Benevolente, ou seja, guiar todos os pensamentos, palavras e ações com o espírito de bem-estar.
*Asteya: Asteya significa abster-se de tomar, física ou mentalmente, o que pertence aos outros.
* Brahmacarya: significa ver Brahman, a divindade, o Supremo, presente em todas as coisas. Ver a divindade, o valor e a bondade inatos em todos os seres ou coisas. Este conceito também está ligado a dominação dos impulsos sexuais.

*Aparigraha: Significa evitar acumular coisas supérfluas em nossas vidas, ou seja, prega a simplicidade voluntária.





2. Niyama- O segundo membro do caminho óctuplo de Patanjali é o Niyama, que significa literalmente “Auto-controle”.
Repousa sobre cinco fundamentos:
Shaoca: Significa manter a limpeza e a pureza da mente, do corpo e do meio-ambiente.
Santosa: Significa manter-se em estado mental equilibrado, em harmonia, em tranqüilidade mental, sendo que é traduzido literalmente por “Contentamento”.
Tapah: Procurar realizar serviços desinteressadamente, fazer sacrifícios para beneficiar outros seres. É traduzido em algumas linhas de Yoga pela palavra “Ascese”.
Svadhyaya: Ler, estudar e entender temas espirituais, desenvolver o auto-estudo, manter-se em boa companhia, sendo traduzido literalmente por “Auto-estudo”.
Iishvara-Pranidhana: Significa procurar manter a nossa mente no ideal, ou seja, refugiar-se no Supremo.












3. Ásanas -A palavra ásana significa postura confortável, ou seja, são as posturas, os movimentos realizados durante a pratica de Yoga.






(clique na imagem para ampliar)


Saudação ao Sol A e B








Saudação à Lua








4. Prãnayama- Controle das energias vitais através de exercícios respiratórios. Existe uma relação direta entre nossa respiração, prãna (energia vital) e a mente, então através do controle respiratório podemos influenciar o fluxo de prãna (energia vital) no organismo humano, modificando o fluxo de pensamentos, de sensações, estimulando a paz e harmonia mental.




5. Pratyahara- Significa retirar a mente das coisas mundanas. Para obter-se sucesso na meditação é necessário inverter o fluxo da mente, para que a mente flua para o interior, para dentro, em direção ao Ser, em direção a Atman (Alma / Espírito).


6. Dharana- É traduzido literalmente como “Concentração”. No Raja Yoga ensina-se que o Dharana deve ser feito em um dos Chackras (centros energéticos sutis).





7. Dhyana -A verdadeira Meditação, ou seja, quando a mente flui espontaneamente em direção a Consciência Suprema. A palavra Dhyana significa literalmente “deixar a mente fluir”, portanto a intenção de Dhyana é que a mente flua para o alto, para dentro, em direção ao Paratman, ou seja, em direção ao Grande Espírito, em direção a Grande Alma, ao Poder Supremo.









8. Samadhí- União Espiritual. Quando Jiivatman (espírito individual) funde-se com Paratman (Espírito Supremo). O Gheramda Samhita, possui um capitulo inteiro onde o Samadhí é descrito, sendo que começa da seguinte maneira: 7:1. O samádhi é um tipo de Yoga magnífico, que se adquire graças a uma grande dádiva. Obtêm-se samádhi graças à bondade e gentileza do guru, e,pela intensa dedicação que se lhe prestar. 7:2. Esta fantástica técnica de samádhi será prontamente dominada pelo yogui que tenha confiança no conhecimento, no seu guru e em si mesmo, e,cuja mente se abra à inteligência todos os dias. 7:3.
Samádhi ou mukti é a libertação de todos os estados de consciência e consiste em separar manas do corpo para uni-lo a Paramatman.
Existem diversas formas de definição do Samadhí, sendo que cada escola de Yoga o descreve de diversas maneiras.
Entretanto as descrições são apenas mapas e não o território, ou seja, as descrições são importantes para entender o porquê desta busca, mas apesar de todas as palavras só se conhece verdadeiramente sentindo a
Bem-Aveturança.








Fonte aqui


Respiração ou Pranayama



"O esvaziamento da mente de toda ilusão, é a verdadeira exalação (rechaka)
A percepção do EU SOU ATMÃ é a verdadeira inalação (puraka).
E a constante firmeza nesta convicção é a verdadeira retenção ( kumbaka).
Este é o verdadeiro Pranayama".
~Shankara~






Técnica de respiração yogue para acalmar o mental:

Aquelas pessoas que possuem um lado racional extremamente desenvolvido e sofrem com pensamentos múltiplos e em carrilhão, devem estimular a respiração com a narina esquerda, que conecta com a região do cérebro ligada as emoções; Funciona assim: com um dos dedos feche a narina direita e faça 30 respirações completas, ( inalação, seguida de exalação) lentas e concentradas, somente deixando passar o ar pela narina esquerda. Logo sentirá uma sensação de relaxamento e calma.



Técnica de respiração yogue para acalmar o emocional:
Aquelas pessoas que possuem um lado emocional extremamente desenvolvido e sofrem com emoções descontroladas e intensas , devem estimular a respiração com a narina direita, que conecta com a região do cérebro ligada ao racional; Funciona assim: com um dos dedos feche a narina esquerda e faça 30 respirações completas, ( inalação, seguida de exalação) lentas e concentradas, somente deixando passar o ar pela narina direita. Logo sentirá uma sensação de mais firmeza e centramento.




Técnicas de Respiração yogue - Professor Pedro Kupfer


As técnicas descritas a seguir servirão como treinamento básico para dominar e ampliar a mecânica da respiração. Poderão fazer-se independentemente umas das outras ou obedecendo à seqüência sugerida. Todas elas podem ser aplicadas durante a prática dos ásanas, o que irá potencializar os seus efeitos. Siga cuidadosamente estas instruções e consulte o seu instrutor caso tenha dúvidas a respeito.




1 - Adhama pránana, a respiração abdominal



A primeira etapa na prática de pránáyáma é disciplinar a respiração baixa ou abdominal. Pode ser feita deitado em decúbito dorsal ou sentado com as costas eretas. Procure fazê-la enquanto vamos descrevendo.


Coloque as palmas das mãos no abdômen para perceber o movimento do diafragma. Respirando pelas narinas, esvazie completamente os pulmões, contraindo o ventre. Permaneça por um instante sem ar. Deixe-o agora entrar devagar, soltando e expandindo naturalmente a musculatura do baixo ventre e depois a parede abdominal, conforme for enchendo a parte baixa dos pulmões.



Não retenha. Ao expirar, recolha os músculos abdominais. Continue respirando assim, relaxando o abdômen ao inspirar e contraindo-o levemente ao exalar. Esta é a forma ideal de fazê-lo no dia a dia, sendo aquela que surge espontaneamente ao dormir.


Após ter dominado o movimento anteriormente descrito, execute esta respiração no ritmo mais lento que conseguir, prolongando ao máximo o tempo da inalação e da exalação.

Com a prática, você poderá desenvolvê-la de forma ideal, acrescentando retenções de alguns segundos no final da inspiração e da expiração, o que irá aumentar a capacidade pulmonar e a vitalidade. Posteriormente, aumentará gradativamente a retenção até chegar a quadruplicar ou ainda octuplicar o tempo da inspiração. Depois, o ritmo começará a se encaixar naturalmente.



Efeitos:
Este exercício promove um massageamento nos órgãos abdominais, melhorando o seu funcionamento. Elimina a ansiedade e aumenta a força de vontade, a concentração e a vivacidade mental. Feita sem esforço, revitaliza e predispõe a pessoa a uma atitude aberta e receptiva,
tendendo a aceitar a realidade tal como é.






2 - Adhama pránana, a respiração completa


Agora vamos respirar com todo o potencial e a capacidade dos nossos pulmões. Isto nos proporcionará uma sensação única de bem estar, leveza e vitalidade. São infinitas as sensações quando respiramos de forma completa e consciente: as idéias ficam mais claras, a tristeza se transforma em felicidade, a agitação em serenidade, a insegurança em autoconfiança, o desânimo em entusiasmo. Se você achou exageradas estas afirmações, nosso convite é para que experimente este exercício.


Quando possível, procure fazer pránáyáma diante do mar, próximo de uma cachoeira ou perto da natureza. A sensação do prana limpando e nutrindo as suas células lhe fará sentir revigorado em poucos minutos.



Sente-se em qualquer posição na qual você possa manter a coluna ereta sem forçamento. Feche os olhos e passe a acompanhar a respiração. Perceba o contato do ar com os condutos respiratórios, sinta o prána acariciar o seu corpo por dentro. Descontraia-se.



Elimine agora todo o ar dos pulmões e recolha o abdômen. Comece a inalar expandindo o ventre e o diafragma, deixando que o prána e o ar entram na parte baixa dos pulmões. Em seguida, deixe o ar entrar na área média, descontraindo a musculatura intercostal. Por fim, complete a inspiração enchendo de ar o ápice dos pulmões, sentindo que os alvéolos se abrem.



Expire com suavidade, soltando primeiramente o ar da parte alta, depois da parte média, retraindo os músculos intercostais, e, por fim, da parte baixa, contraindo o abdômen e fazendo com que o diafragma se eleve.



Continue desenvolvendo a respiração completa, procurando prolongar o tempo das fases e permitindo que o ar flua de forma cadenciada. Dessa maneira, você enche os pulmões de baixo para cima e os esvazia de forma inversa, de cima para baixo.



Acrescente posteriormente kúmbhaka e shúnyaka, retenções com os pulmões cheios e vazios. Essas paradas do fluxo respiratório não devem jamais ultrapassar a sua capacidade natural. A exalação deve ser lenta e controlada. Ao acrescentar os bandhas, contrações de órgãos, músculos, plexos e nervos, o nome do exercício passa a ser bandha pránáyáma ou prána bandha kriyá.






Efeitos:
Aumento considerável da capacidade pulmonar, da resistência e do tônus geral do organismo, desintoxicação e oxigenação celular, revitalização, rejuvenescimento e tonificação. No aspecto psíquico, outorga ao praticante receptividade, atitude aberta em relação ao mundo que o rodeia, expansão total de si, concentração, entrega, felicidade. Aumentando a elasticidade da estrutura ósseo-muscular, o prána kriyá dissolve tensões somatizadas na região abdominal, nos ombros e no pescoço.



Por Prof. Pedro Kupfer





quinta-feira, 19 de junho de 2014

INICIAÇÃO AO ZEN:






Zen é uma abreviatura de zenna, tradução da palavra sânscrita dhyana, em chinês tch'anna, que significa concentração mental, ou meditação sem objetivo intelectual.
O Zen nasce na Índia no século VI d.C e chega ao Japão por meio da China e da Coréia, nos séculos XII e XIII de nossa era.



O Zen foi introduzido na atualidade na Europa e na América por meio de diversas escolas. No Japão, são bastante relevantes os ensinamentos de Dogen.
Digamos inicialmente o Zen não é uma teologia, é uma religião cujo objetivo é o homem.


Devemos considerar o Zen um método, uma autodisciplina - embora seus adeptos o considerem uma religião - porque não possui textos sagrados cujos termos tenham força de lei, nem regras fixas, nem dogmas rígidos.
O Zen não se refere a nenhum salvador, a nenhum ser divino. O Zen é uma escola do budismo formada na China do encontro da doutrina mahayana com o taoísmo desenvolvido no Japão.
Foi o mestre indiano Bodhidharma quem fundou o Zen na China no século VI d.C. No Japão as práticas Zen do Eisai e Dogen implantaram duas tradições distintas, o rinzai e o soto.


O Zen trabalha com a meditação sobre a indagação da psique. Para o Zen, o mundo não é pura ilusão, tampouco é uma realidade absoluta.O Objetivo do Zen é procurar um alto grau de conhecimento de si mesmo que termina na paz interior. O Zen é não conceitual, não intelectual, prega estar focado no presente, não estar nem no passado nem no futuro.


"O milagre é que o Zen não se interessa pelo passado nem pelo futuro.
O Zen vive o presente. Todo o seu ensinamento é baseado em estar enraizado, concentrado no que...é"
Osho








O Zen é o ser vazio, é buscar na natureza das coisas, mas sem nenhuma idéia, preconceito ou presunção, já que é preciso aliviar a mente daquilo que nos embutiram e que nos condicionou a ver, o mundo de uma determinada forma, a pensar como pensamos e a criar uma série de valores e crenças que, na maioria dos casos, são falsas.




Vejamos alguns conceitos que nos apontam o Zen.

Para o Zen o mundo é uno, nada está separado.
O Zen não impõe códigos, não diz faça isso ou aquilo.
O Zen é silêncio, já que no momento em que nos perdemos no mundo das palavras começamos a nos desviar e a nos afastar da existência.
O Zen é um enfoque não teórico da realidade.
O Zen não tem doutrina nem dogma, nem igreja nem sacerdote.
O Zem tem apenas mestres cuja função é ensinar o discípulo a desaprender.
O Zen não é uma desaprendizagem; ainda que ensine como se desfazer do que se aprendeu, ensina a estar aqui sem nenhuma mente envolvida.
No Zen, não é preciso fazer nada, só precisamos Ser.
O Zen aponta com todas as suas práticas vivenciais a iluminação súbita.



"Se abrirmos as mãos podemos possuir tudo.
Se estamos vazios, podemos conter o Universo inteiro."
Dito da escola Zen


Viver aqui e agora



Para o Zen, chegar à verdade é viver a realidade. Hoje temos um saber sobre uma realidade, mas nos mantemos longe dessa realidade. Por isso o primeiro passo no método Zen é a negação do "eu" como realidade fundamental da pessoa humana e seu destino.
Pode-se afirmar que o Zen não persegue a busca do Absoluto último ( Deus), mas sim, simplesmente, o encontro com a realidade fundamental de Si mesmo.
Por isso, o Zen se converte em uma experiência, uma experiência pessoal, intransferível. A idéia-chave da prática do Zen é o "aqui-agora". Essa chave nos faz voltar às origens, compreender a nós mesmos e nos conhecer em profundidade.
Ser e estar sempre no que se está é o espírito do Zen. É se concentrar em cada instante da vida cotidiana, não pensar no passado, nem imaginar o futuro. Mesmo estes pensamentos, quando ocorrerem, partem sempre da total perspectiva do momento presente, e para ele retornam.


Concentrar-se é um objetivo do Zen, assim como ter consciência de que estamos aqui, de que não somos máquinas. Concentrar-se e ter consciência é libertar-se de uma multidão de coisas inúteis. A realidade é que os problemas que nos preocupam não têm a importância que lhes damos. Diante da morte, o que mais há de importante?


"O budismo Zen não consiste em utilizar seu intelecto discursivo para governar o corpo. Consiste em utilizar exclusivamente o momento imediato, presente, em não desperdiçá-lo" Mestre Zen


Destacaremos que a trilha de autorealização sem dependências foi definido como uma transmissão especial fora das escrituras, não aprendida por palavras ou cartas, uma trilha que aponta diretamente ao coração do homem, que olha para a natureza própria de cada um, para desse modo finalmente alcançar a budeidade, a realização da consciência Búdica.




A consciência da Unicidade, ou consciência Búdica manifesta a compaixão por todos os seres, pois todas as formas são manifestação da pura e mesma consciência, não havendo diferenças, nem contrastes nem qualquer competição.

A meditação Zen



A meditação Zen tem como objetivo ir além da mente, isto é, além dos pensamentos, alcançar-se a consciência que tudo cria, que tudo observa, a nossa natureza original silenciosa, pacífica, intuitiva, a nossa realidade última.
A meditação Zen pretende relembrar o conhecimento intuitivo e absoluto, além dos esquemas mentais, e dissolver o ilusório "eu" ( que se acredita ser uma unidade isolada do Todo da existência ) dissolvendo-o no Universo experimentando um sentimento de unidade cósmica, paz e felicidade.


"Quando você chegar pela primeira vez a seu mundo meditativo,
todos os centros ficam no mundo.
A razão se aquieta e não há palavras que se agitem:
o coração sossega e você já não é turvado pelas emoções"
Osho




O Ponto culminante da meditação é conhecido como Satori, que equivale à iluminação, uma experiência intraduzível de conhecimento, que coincide com a percepção da verdade última, da budeidade inerente a nós mesmos. Ao alcançar o satori, chega-se a uma experiência pessoal e intransferível, na qual o participante se transforma em um todo com o Universo.

A escola Soto é baseada no Zazen, a meditação do silêncio. A prática do Zazen é a expressão direta da verdadeira natureza. Seu segredo consiste em sentar-se sem motivo nem espírito oportuno e apenas observar os pensamentos passarem, sem controlá-los, ou reprimi-los. Busca-se uma profunda auto-observação a nível de respiração, postura, tensões, e busca-se com isso estar absolutamente presente, sem nenhum tipo de distração ou dispersão. O aqui-agora é a chave da meditação Zazen, compreendendo a si mesmo, conhecendo-se profundamente e encontrando-se o verdadeiro Eu.



A meditação Zen requer uma postura sentada, onde se utiliza um zafu, uma almofada redonda, e colocará as pernas cruzadas em lótus. Nessa postura os pés pressionam cada coxa nas zonas em que se encontram pontos importantes de acupuntura correspondentes aos meridianos do fígado, da vesícula biliar e dos rins.


A coluna vertebral deve estar curvada na altura da quinta vértebra lombar, a nuca levantada, o ventre encolhido e o rosto voltado para frente, com a face relaxada. Os punhos permanecem fechados apertando os polegares e as mãos devem ser colocadas sobre as coxas perto dos joelhos. A ponta da língua deve tocar o céu da boca e o olhar fica relaxado entreaberto. A postura será acompanhada de uma respiração lenta e poderosa. Os discípulos devem se concentrar em uma expiração longa, profunda e imperceptível; a inspiração é realizada naturalmente. O ar é exalado lenta e silenciosamente, com o estímulo da pressão do baixo ventre. Leia aqui sobre o Zen na Prática diária

Um exercício simples de Meditação Zen


A seguir, veremos um exercício de meditação Zen que pode ser praticado com a postura detalhada anteriormente. Trata-se de um exercício sintetizado extraído do Mahamudra Tibetano, O Livro Tibetano da Grande Libertação, da tradição Zen. Esse exercício tem uma duração aproximada de dez minutos, embora constitua a essência de um retiro de meditação de um mês.


O discípulo deve sentar-se confortávelmente com os pés sobre o chão e fechar os olhos com suavidade.
Deve começar de modo que a atenção percorra o corpo observando se há zonas tensas ou contraídas.
Em seguida, deverá soltar o abdome, a parte baixa das costas.
Também deixará que as mãos relaxem.
Depois procederá a escutar todos os sons que o rodeiam.
Ao mesmo tempo em que escuta os sons, imaginará que sua mente se expande de modo que já não está em sua cabeça, nem em seu corpo, mas que se volta tão grande como o espaço em que se encontra.
Agora os sons estão contidos no espaço da sua mente.
Sua mente se abrirá como um céu. Os sons se encontram contidos nesse espaço.
Olhará diretamente para a mente que está aberta, clara e silenciosa.
Nesse clima interior, os sons vem e vão, mas a mente é um espaço imóvel, amplo, ilimitado, vazio.
Nada se encontra fora desse espaço.
Agora imagina que o corpo também está neste espaço.
Ele o sentirá, mas não é sólido, são pontos e zonas de sensação que faltam nesse espaço.
Há uma consciência clara da qual surgem todas as coisas.
Seu pensamento e suas imagens são como sons; surgem, mudam e desaparecem.
É preciso tomar consciência disso, percebendo a verdadeira natureza do pensamento.
Deixará que os pensamentos e as imagens surjam e desapareçam e que a mente permaneça inalterada, ilimitada, não composta de coisas.
Agora imaginará, no espaço claro e vazio da mente, a figura de uma pessoa a quem ame.
Deixará que o sentimento amoroso cresça nele até que comece a encher o espaço. Perceberá que existe um desejo do coração abrir-se e encher-se de amor.
Agora imaginará a figura de outra pessoa da qual também ame muito.
Deixará que os sentimentos e a experiência de amor cresçam no espaço, de modo que tudo fique inundado por esse afeto amoroso.
É preciso deixar que o afeto amoroso cresça até que toque todas as pessoas que o rodeiam inclusive desconhecidos, e também o lugar onde estamos, o país, o planeta inteiro. Assim estará envolvendo o planeta de amor, pensamentos e sentimentos de afeto.
Por fim deixará que os olhos se abram suavemente e a atenção regresse.



Leia mais sobre a prática do Zen aqui


Uma breve introdução à prática do Koan



Um Koan é uma espécie de problema que o mestre formula a seus discípulos para que o resolvam. O Koan assume uma fórmula didática dentro de uma pergunta que absolutamente não tem sentido. São desafios aprendidos pelo mestre, que podem ser considerados "absurdos".


No entanto, por mais absurdo que possam ser, é preciso considerar que é apenas nosso hábito de conceitualização o que nos impede de enfrentar a realidade última. Essas apresentações absurdas dos mestres têm muitos significados e servem para levantar o véu que nos submerge a estados de relatividade.


Vemos que o Koan é uma espécie de incoerência, uma contradição cuja resposta se encontra além do racional, do sujeito e do objeto, da causa e do efeito. Para os mestres do Zen, só quando o espírito esgotou todos todos os recursos, após uma meditação que pode durar semanas ou meses, o discípulo abandona todo esforço e relaxa na busca.


Quando expomos nossas ideias lógicas como resposta a um Koan, equivocamo-nos. O Zen não é dialético nem intelectual, é algo que vai além da lógica das coisas, a um lugar no qual está "a verdade que liberta".












O Zen incita a racionalizar para nos fazer ver a inutilidade da tentativa.
O Zen sabe até onde pode nos fazer chegar, e só chegamos a entender essa tentativa quando estamos num ponto sem saída.


A intelectualização, o raciocínio, a lógica ou as conceituações só são necessárias para compreender nossas próprias limitações.
O Koan pretende nos fazer compreender esse fato, isto é, o quão a mente é limitada e se baseia em referências passadas, aprendidas.
Por isso, nunca devemos fazer do Koan um objeto intelectual.


O Zen nos convida a nos identificar com o Koan, de forma que não somos nós e sim o Koan.
Quando chegamos a um ponto assim, o Koan é resolvido.





Vejam alguns Koans que são utilizados no Zen:

Quando vocês tiverem um cajado, eu lhe darei um; quando não tiverem nenhum, eu lhes tomarei o cajado.
De onde vocês vêm? Para onde vão?
Mostre-me a face original que você teve antes de nascer.
Deixe-me ouvir o som de uma mão batendo palmas.
Utilize a espada que você tem nas mãos vazias.
Fale sem usar a língua.
Toque o alaúde sem cordas.
" A prática do Zazen é a expressão direta
de nossa verdadeira natureza"
Suzuki Roshi





Texto extraído do livro
"Além de Osho, As chaves de
seus Best-Sellers"
de Jorge Blaschke
Visitem o site da Monja Coen
Aqui alguns posts interessantes sobre o Zen


MESTRES ADVAITA, VIDA E ENSINAMENTOS - BIOGRAFIAS


Sri Ramana Maharshi



* Leia seus textos clique aqui *

Sri Ramana Maharshi foi um mestre espiritual hindu, nascido em 30 de dezembro de 1879 em Tiruchuzhi, uma cidade na província Tamil Nadu, ao sul da Índia. Seus pais lhe deram o nome de Venkataraman.



Nada havia de anormal no rapaz. Possuía um corpo forte, se destacando no futebol, artes marciais, natação, entre outros esportes. O único fator incomum a respeito de Venkataraman era o seu sono profundo, inabalável, e sua assombrosa força física. Seu sono era tão profundo que em certas ocasiões seus colegas – que jamais tinham a oportunidade de vencê-lo em um combate – aproveitavam-se de seu estado para carregá-lo para fora de sua cama, dar-lhe uma surra, e então “devolvê-lo” ao seu quarto, sem que Venkataraman jamais suspeitasse do ocorrido.




O garoto não manifestava nenhum interesse em espiritualidade, meditação ou religião. Seus únicos contatos com assuntos espirituais foram uma vez quando ouviu falar da montanha sagrada Arunachala – o que lhe despertou profunda reverência e interesse – e outra quando teve a oportunidade de ler o Periyapuranam, que é uma coleção de biografias de 63 santos da seita Saiva [adoradores de Shiva] da religião hindu.
Entretanto, aos seus 16 anos de idade, em julho de 1896, ocorreu uma experiência que transformou a sua vida para sempre. Ele mesmo a descreve:

“Foram mais ou menos seis semanas antes de deixar Madurai permanentemente que a grande mudança ocorreu na minha vida. Aconteceu inesperadamente. Eu estava sentado sozinho em uma sala do primeiro andar da casa de meu tio. Eu raramente adoecia, e naquele dia minha saúde estava normal, mas repentinamente eu fui tomado por um violento medo de morrer. Nada no meu estado de saúde explicava isso, e eu não tentei justificar esse medo, nem procurei suas causas. Eu apenas senti ‘Vou morrer’ e comecei a pensar o que fazer a respeito disso. Não pensei em consultar um médico, meus parentes ou meus amigos; eu senti que precisava resolver o problema por mim mesmo, ali mesmo.
O choque do medo da morte fez minha mente voltar-se para o interior, e eu disse a mim mesmo, sem na verdade moldar em palavras: ‘Agora a morte chegou; o que isso significa? O que está morrendo? O corpo morre.’ Então imediatamente comecei a dramatizar a ocorrência da morte. Eu deitei com os meus membros esticados e duros como se estivesse ocorrendo o rigor mortis, e imitei um cadáver para tornar a inquirição mais realista. Prendi a respiração e mantive os lábios firmemente fechados a fim de não deixar escapar nenhum
som, de maneira que nem mesmo a palavra “eu” e nem qualquer outra palavra pudesse ser pronunciada.
‘Então’, disse a mim mesmo, ‘este corpo está morto. Ele vai ser carregado duro até a pira de fogo e lá será queimado e reduzido a cinzas. Mas com a morte deste corpo eu morro? Este corpo é o Eu? Ele está silencioso e inerte, mas eu sinto a força total de minha existência, e até mesmo a voz do “eu” dentro de mim, separadas do corpo. Então eu sou o espírito que transcende o corpo. O corpo morre, mas o Espírito que o transcende não pode ser tocado pela morte. Isso significa que eu sou o Espírito Imortal’.

Isso tudo não foi um pensamento obscuro; foi uma verdade viva que brilhou através de mim e que percebi diretamente, quase sem o processo do pensamento. ‘Eu’ era algo muito real, a única coisa real no meu estado presente, e todas as atividades conscientes ligadas ao meu corpo estavam centradas naquele ‘Eu’. A partir daquele momento o ‘Eu’ ou ‘Si-mesmo’ focou a atenção em si mesmo por meio de uma poderosa fascinação. O medo da morte desapareceu de vez, e a absorção no Eu Real continuou ininterrupta desde então.”


Movido por um chamado interior, Venkataraman abandona seus estudos e sua vida em sociedade, e parte rumo à Tiruvannamalai, a cidade em que se situa a lendária montanha de Arunachala. Chegando ao seu destino, o garoto iluminado joga fora todo o seu dinheiro e posses, e entrega-se a desfrutar profundamente o estado de Paz e Beatitude recém descoberto. Sua absorção nesta Consciência era tão profunda que ele permanecia desligado de seu corpo e de todo o mundo exterior por dias. Durante os dois ou três anos
em que permaneceu imerso neste profundo estado de samadhi [transe], mosquitos atacavam seu corpo, seu cabelo e unhas cresceram enormemente, sendo que se alimentava apenas quando um transeunte apiedado com o estado deplorável do seu corpo lhe oferecia algo para ingestão.
No final deste período Venkataraman começou aos poucos a retomar a
sua vida física normal – transição esta que se completou apenas alguns anos depois – mas sem nunca perder a consciência de seu verdadeiro Eu.




Monte Arunachala



A forma mais pura dos seus ensinamentos era o poderoso silêncio que irradiava de sua presença. Esse silêncio aquietava as mentes daqueles que estivessem harmonizados com ele. Ele fazia discursos verbais somente para aqueles que não conseguiam entender seu silêncio. (Ou talvez não conseguiam entender como atingir o estado de silêncio).



Dizia-se que esses ensinamentos fluíam da sua experiência direta de Atman (self) como a única realidade existente. Quando lhe pediam conselhos, Ramana Maharshi recomendava o auto-questionamento - QUEM SOU EU? - como o caminho mais rápido para a liberação.



Seus ensinamentos primários eram associados ao Não-Dualismo, Advaita Vedanta e Jnana Yoga. Apesar disso ele recomendava Bhakti Yoga a quem ele via que se encaixaria, e aprovava uma grande variedade de técnicas e caminhos. Na medida em que o jovem Sábio foi retomando consciência do mundo exterior, passou a irradiava uma aura de Paz que começou a atrair buscadores interessados em beneficiar-se de sua presença. Em seus primeiros anos el permanecia em completo silêncio, sendo que eventuais perguntas de buscadores que o visitavam ou moravam em sua proximidade eram respondidas sendo escritas em pedaços de papel ou na areia. Àquela época, um de seus primeiros seguidores, impressionado pela sabedoria e santidade daquele garoto, deu-lhe o nome de Bhagavan Sri Ramana Maharshi, pelo qual passou a ser conhecido desde então.


“Bhagavan” é um título honorífico dado a grandes mestres iluminados, significando “Senhor”; “Sri” é um prefixo de respeito; “Ramana” é contração
de seu nome de batismo; “Maharshi” significa “Grande Sábio”.




Sri Ramana em Satsang
Mesmo depois de vários anos, quando Sri Ramana voltou a falar, falava muito pouco, de forma que seus ensinamentos eram transmitidos por outros meios. Ao invés de dar instruções verbais ele constantemente emanava uma força silenciosa que aquietava as mentes daqueles que estavam em sintonia com ela, e ocasionalmente até mesmo lhes dava uma experiência direta do estado no qual ele mesmo estava perpetuamente imerso. Anos depois ele tornou-se mais disposto a dar ensinamentos verbais, mas, mesmo então, os ensinamentos silenciosos sempre estavam à disposição daqueles que sabiam fazer bom uso deles.


Ao longo de sua vida Sri Ramana insistia que esse fluxo silencioso de energia representava seus ensinamentos em sua forma mais direta e concentrada. A importância que ele dava a isso é indicada por suas assertivas freqüentes no sentido de que seus ensinamentos verbais serviam apenas àqueles que não podiam compreender seu silêncio.

Na medida em que os anos passaram ele tornou-se cada vez mais famoso. Uma comunidade cresceu em volta dele, milhares de visitantes vinham vê-lo, e durante os últimos vinte anos de sua vida ele era largamente conhecido como o Santo mais popular e reverenciado da Índia. Alguns desses milhares eram atraídos pela paz que eles sentiam em sua presença, outros pela propriedade com a qual ele guiava buscadores espirituais e interpretava ensinamentos religiosos, e outros simplesmente vinham falar de seus problemas e sofrimentos. Quaisquer que fossem as razões, praticamente todos que tinham contato com ele saiam impressionados com a sua simplicidade e humildade.




Recebendo a visita de Paramahansa
Yogananda

Quando uma vez o então presidente da Índia prestou uma visita a Mahatma Gandhi, este lhe disse “se você está buscando a Paz, sugiro que visite Ramana Maharshi. Bhagavan estava disponível aos visitantes vinte e quatro horas por dia, uma vez que dormia e vivia em um espaço comunitário, o qual estava sempre acessível a todos, e seus únicos bens eram a sua roupa do corpo, um pote de água, e sua bengala.


Embora fosse adorado por milhares como uma encarnação divina, ele se recusava a permitir que qualquer um lhe tratasse como alguém especial, e recusava receber qualquer coisa que não fosse igualmente dividida entre todos a sua volta.
Sri Ramana trabalhava ativamente junto em sua comunidade e por muitos anos acordou diariamente às 3:00 da manhã para preparar comida para os residentes no ashram. Seu sentimento de igualdade era legendário.

Os visitantes eram todos tratados com respeito e consideração iguais, fossem eles mendigos, executivos, membros da realeza, ou animais. Seu senso de equanimidade se estendia até mesmo às árvores locais: ele desencorajava seus seguidores a arrancarem flores ou folhas das árvores, e buscava assegurar-se de que a retirada de toda e qualquer fruta delas fosse feito da
maneira que a árvore sofresse apenas a quantidade mínima de dor.



Assim, ao longo de mais de 50 anos, vivendo aos pés da montanha Arunachala, Sri Ramana deu ensinamentos e transformou as vidas de inúmeros visitantes e buscadores. Boa parte de seus ensinamentos foram anotados e publicados, constituindo assim uma herança espiritual inestimável para a humanidade, apontando um caminho direto e eficaz, acessível a todos aqueles que desejem alcançar o estado de Liberdade do qual tais ensinamentos emanaram.

Sri Ramana Maharshi deixou o corpo físico em 14 de abril de 1950, padecendo de câncer. Em nenhum momento, entretanto, demonstrou qualquer espécie de preocupação ou aflição com a grande dor física que seu corpo sofreu nos últimos anos, ou com a perda do mesmo, permanecendo sempre com o mesmo olhar imerso em Paz.
[ Fonte: Aqui ]














Sri Nisargadatta Maharaj


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Quando certa vez questionado sobre a data de seu nascimento, Sri Nisargadatta Maharaj respondeu suavemente “eu nunca nasci”.


Escrever uma nota biográfica a respeito desse mestre é um trabalho frustrante e fútil. Pouco se sabe da sua vida, tendo sido a maior parte das informações obtidas por terceiros, antigos amigos e parentes.

Maruti nasceu em algum dia do mês de março de 1897, em uma família indiana de origem humilde. Cresceu basicamente sem nenhuma educação, e vivia uma vida simples, ajudando seu pai em seu trabalho em uma pequena fazenda no distrito de Maharashtra, no centro-oeste da Índia.


O garoto era dotado, entretanto, de uma mente inquisitiva. Em certas oportunidades Maruti ouvia um amigo brahmin de seu pai discursar sobre assuntos espirituais, permanecendo então várias horas refletindo sobre tais assuntos.



Seu pai morreu quando ele tinha 18 anos, sendo que logo após Maruti mudou-se para Mumbai (Bombaim) em busca de trabalho. Lá montou uma pequena loja, vendendo desde roupa infantis a cigarros e outros itens, a qual floresceu bem e lhe deu segurança financeira.


Neste período ele casou e teve um filho e três filhas. Viveu uma vida comum, um entre milhares, até que no ano de 1933, através de um convite de um amigo, conheceu aquele que seria seu Guru – Sri Siddharameshwar Maharaj, da linhagem dos Navanathas, sendo por ele iniciado. No início de sua prática ele começou a ter visões e ocasionalmente entrava em transe.




Sidharahmeshwar
Maharaj
Com a morte de seu Guru em 1936, a sua sede pela Autorrealização atingiu seu ápice, culminando na Iluminação.


Em suas palavras: Quando encontrei meu Guru, ele me disse “Você não é o que você pensa ser. Descubra quem você é. Observe o sentimento EU SOU, encontre seu verdadeiro EU”.


Eu fiz como ele me disse. Todo o meu tempo livre eu passava olhando para dentro de mim, em silêncio. E que diferença fez, e tão rápido! Custou-me apenas três anos para eu realizar minha verdadeira natureza.


A mensagem do Mestre para nós era clara e direta, sem exposição de doutrinas ou escrituras: “Você é o Ser aqui e agora. Pare de imaginar que você é outra coisa. Desapegue-se do irreal!”



A identidade de Maruti, o pequeno comerciante, então desapareceu, dissolvendo-se na iluminadora personalidade de Sri Nisargadatta Maharaj.
Em 1973 foi publicado o primeiro livro com ensinamentos do mestre, “I Am That”, que rapidamente tornou-se um clássico espiritual moderno, atraindo-lhe a visita de buscadores de todas as partes do mundo.


Maharaj continuou a encontrar-se regularmente com buscadores e visitantes, em sua casa, até o final de sua vida em 1981, quando morreu de câncer na garganta.
[ Fonte Aqui ]








Ramesh Balsekar


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Ramesh S. Balsekar (1917-2009) nasceu em Bombaim , na Índia. Embora muitas vezes é dito que ele era uma pessoa comum, foi generosamente dotado de compaixão, paciência , humor e eloquência. No
entanto, ninguém poderia defini-lo como uma pessoa medíocre.


Durante seus anos de estudante, tanto na Índia como na Escola de Economia de Londres, Balsekar foi o melhor em sala de aula , mas nunca o que mais se destacou .
Em suas atividades de lazer, abrangendo musculação, torneios de badminton e golfe provou ser um grande atleta, mas nunca acima dos outros. No entanto, quando, em 1940, ele começou sua vida profissional em cargo administrativo no Bank of India, o grande gênio de Ramesh salientou-se bruscamente. Apesar de não ser uma pessoa ambiciosa, gradualmente subiu para a posição de presidente de Banco, cargo que ocupou até sua aposentadoria em 1977.




Durante os dez anos presidiu o Bank of India, a empresa experimentou seu maior crescimento e maior sucesso alcançado sua história.
Pouco tempo depois de fazer sessenta anos, a idade de aposentadoria compulsória, Ramesh leu um artigo sobre um guru que ensinou a doutrina Advaita em uma área pobre de Bombaim.
Como o assunto teve sempre o apaixonou, quis conhecê-lo e sem ouvir ninguém, sabia que seria o seu guru: era Nisargadatta Maharaj

Depois de três ou quatro meses , tornou-se intérprete para o inglês, de Maharaj, que ensinava todas as manhãs, e logo experimentou o entendimento supremo.
Ex-presidente de um banco, jogador de golfe , casado e pai ... a descrição de Ramesh Balsekar não se encaixa no estereótipo do guru indiano. Talvez por
esse motivo , a maioria das pessoas que vinham conhecê-lo eram Ocidentais.


Sua história pessoal e nível cultural, além da sua enorme capacidade de entendimento, o colocou em uma posição ideal para estabelecer canais de comunicação entre o Oriente e o Ocidente, entre o espiritual e o material.




Atingir a iluminação não significa, necessariamente, ter uma habilidade especial para transmitir entendimento alcançado ; no entanto, Ramesh tinha essa enorme capacidade, e era conhecido também pela sua profundidade .
Embora os diálogos de seus livros transmitam apenas uma pequena amostra de quão fascinante era a sua presença, dá aos leitores uma amostra da energia que enchia a sala quando Ramesh começava a falar.


Os extraordinários ensinamentos que Ramesh dava diariamente, repletos de alegria, resultam de mensagens especialmente simples, apesar de desenvolver teorias e noções como por exemplo, os conceitos de fluxo da mente pensamento, consciência e auto-inquirição.
[ Fonte aqui ]













OSHO


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Osho nasceu na Índia em 1931 com o nome de Chandra Mohan Jain, mas na maioridade se chamou Acharya Rajneesh. Durante os anos 70 e 80 ele foi chamado de Bhagwan Shree Rajneesh e um ano antes de morrer ele começou a ser chamado de Osho.


Desde sua infância, na Índia, Osho deixava claro que não seguiria as convenções do mundo à sua volta. Passou os primeiros sete anos de sua vida com seus avós maternos, que lhe permitiram liberdade de ser ele mesmo, o que raramente acontece com as crianças.




Ele era uma criança solitária, preferindo passar longas horas sentado em silêncio ao lado de um lago, ou explorar as redondezas sozinho. A morte de seu avô materno, diz ele, teve um efeito profundo em sua vida interior, provocando-lhe uma determinação de descobrir o imortal da vida. Ao se juntar à crescente família de seus pais e entrar na escola, estava firmemente fundamentado na clareza e no senso de si mesmo, que lhe deram a coragem de desafiar todas as tentativas dos mais velhos de moldarem a sua vida.




Ele nunca fugia de controvérsias. Para Osho, a verdade não pode fazer concessões, pois assim deixa de ser verdade. E a verdade não é uma crença, mas uma experiência. Ele nunca pede às pessoas para acreditarem no que ele diz, mas, ao contrário, pede que experimentem e percebam por si mesmas se o que ele está dizendo é verdadeiro ou não. Ao mesmo tempo, ele é implacável ao encontrar meios e maneiras de revelar o que as crenças de fato são - meros consolos para amenizar nossas ansiedades frente ao desconhecido, e barreiras para o encontro de uma realidade misteriosa e inexplorada.


Após sua iluminação, aos vinte e um anos de idade, Osho completou seus estudos acadêmicos e passou vários anos ensinando filosofia na Universidade de Jabalpur. Enquanto isso, viajava pela Índia proferindo palestras, desafiando líderes religiosos ortodoxos, em debates públicos e encontrando pessoas de todas as posições sociais. Ele leu extensivamente tudo o que pôde encontrar para expandir sua compreensão dos sistemas de crença e da psicologia do homem contemporâneo.



No final da década de 60, Osho começou a desenvolver suas técnicas de meditação ativa. O ser humano moderno, ele disse, está tão sobrecarregado com as tradições antiquadas do passado e com as ansiedades da vida moderna, que precisa passar por um profundo processo de limpeza antes de poder descobrir o estado de meditação relaxado e sem pensamento.


Começou a conduzir campos de meditação por toda a Índia, proferindo discursos aos participantes e orientando pessoalmente meditações por ele desenvolvidas. No início dos anos 70 os ocidentais começaram a ouvir falar de Osho, e juntaram-se ao crescente número de indianos que foram iniciados por ele no neo-sannyas. Em 1974, uma comuna estabeleceu-se à volta de Osho, em Puna, Índia, e logo os poucos visitantes do Ocidente tornaram-se bastante numerosos.

Muitos eram terapeutas que se deparavam com as limitações das terapias ocidentais e que procuravam uma abordagem que pudesse alcançar e transformar as profundezas da psique humana. Osho os encorajou a contribuírem com suas habilidades à comuna e trabalhou intimamente com eles para desenvolverem suas terapias no contexto da meditação. A terapia, portanto, deve andar de mãos dadas com o processo de desidentificação e testemunho, conhecido como meditação.



No final dos anos 70, a comuna em Puna abrigava o maior centro de terapia e crescimento do mundo, e milhares de pessoas vinham participar dos grupos de terapia e meditação, sentar com Osho em seus discursos diários e contribuir com a vida da comuna. Alguns retornavam a seus países e estabeleciam centros de meditação.


De 1981 a 1985, o experimento de comuna ocorreu nos Estados Unidos, numa região de mais de duzentos quilômetros quadrados, no alto deserto do
Oregon. A ênfase primordial da vida da comuna era construir a cidade de Rajeeshpuram, um "oásis no deserto". E num período de tempo milagrosamente curto, a comuna construiu casas para cinco mil pessoas e começou a reverter décadas de estragos - devido ao excessivo uso da terra - restaurando riachos, construindo lagos e reservatórios, desenvolvendo uma agricultura auto-suficiente e plantando milhares de árvores.


Em Rajneeshpuram, meditações e programas de terapia aconteciam na Rajneesh International Meditation University. As facilidades modernas
construídas para a Universidade e seu meio ambiente acolhedor possibilitaram profundidade e expansão de seus programas, o que antes não era possível. Cursos e treinamentos de longa duração foram desenvolvidos, e atraíram um grande número de participantes, incluindo muitos que já eram profissionais, mas que desejavam expandir suas habilidades e o entendimento de si mesmos.No final de 1985, contudo, a oposição do governo local e federal a Osho e à comuna tornou impossível a continuação do experimento. A comuna foi dispersa e Osho encaminhou-se para um tour pelo mundo, concedendo entrevistas à imprensa e proferindo discursos para discípulos no Himalaia, na Grécia e no Uruguai, antes de retornar à Índia, em meados de 1986.




Em janeiro de 1987, Osho restabeleceu-se em Puna, proferindo discursos duas vezes ao dia. No prazo de alguns meses a comuna de Puna começou um programa completo de atividades e se expandiu muito mais do que anteriormente. Foi mantido o padrão de conforto moderno estabelecido nos Estados Unidos, e Osho deixou claro que a nova comuna de Puna deveria ser um oásis do século XXI, mesmo na Índia subdesenvolvida. Mais e mais pessoas vinham do Oriente, particularmente do Japão, e suas presenças trouxeram um enriquecimento correspondente nos programas de cura e de artes marciais. Artes visuais e de performance também floresceram, juntamente com a nova Escola de Mistério.



A diversidade e a expansão refletiram-se na escolha, por Osho, do nome Multiversidade, que abrigava todos os programas. E a ênfase na meditação fortaleceu-se ainda mais - esse era um tema constantemente abordado nos discursos de Osho, e ele desenvolveu e introduziu novos grupos de meditação;


Cerca de nove meses antes de deixar seu corpo, Osho ditou a inscrição para o seu samadhi, a cripta de mármore e espelho que contém suas cinzas.






Osho
nunca nasceu, nunca morreu.
Apenas visitou este planeta Terra entre
11 de Dezembro de 1931 e 19 de Janeiro de 1990.

A comuna que cresceu em sua volta ainda floresce em Puna, Índia, conhecida hoje como Osho International Meditation Resort, onde milhares de buscadores se reúnem durante todo o ano para participar de seu programa de meditações e grupos de crescimento.[ Fonte Aqui ]














Papaji


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Hariwansh Lal Poonja nasceu em 1913, próximo a Lyalpur, uma pequena cidade da região do Punjabi que na época localizava-se na Índia mas que, em 1947, passou a fazer parte do então recém criado estado do Paquistão.


Seu pai, que trabalhava para o governo como administrador de estações da rede ferroviária, estava sujeito a frequentes transferências, o que levou a família a mudar-se seguidamente para diferentes pequenas cidades.
Em 1919, num feriado decretado pelo governo colonial Britânico, a família Poonja viajou para Lahore, a maior cidade da região, e foi lá que Hariwansh teve sua primeira grande experiência de despertar espiritual.


Espontaneamente Hariwansh teve uma experiência direta do Eu Real, que o deixou completamente paralisado. Assim permaneceu, incapaz de se mover ou de falar, ficando absorto neste estado por três dias.




Hariwansh descreveu esse acontecimento como uma experiência de pura felicidade e beleza. Uma vez que esse contato direto com a felicidade do Eu Real foi estabelecido, ele passou muitos dos anos seguintes tentando experimentar esse estado novamente, ou ocasionalmente ser puxado espontaneamente de volta para ele.

Sua mãe, que era uma ardente devota de Krishna, o convenceu que a devoção a Krishna lhe devolveria o estado de felicidade. Seguindo seu conselho, Hariwansh começou a se concentrar em Krishna com tanta intensidade que a forma física da deidade passou a aparecer na sua frente de maneira tão sólida que ele podia tocá-la. Hariwansh tornou-se tão apegado à forma de Krishna, que por muitos anos o seu principal desejo espiritual foi que Krishna aparecesse para que ele pudesse usufruir da beatitude de estar na presença da divindade.

Hariwansh era o filho mais velho da família. Quando ele tinha 16 anos, passou pelo tradicional casamento arranjado e começou a trabalhar como comerciante, pois seu pai não podia arcar com as despesas de enviá-lo para o ensino médio. Seu trabalho, que inicialmente era de vendas de artigos esportivos e equipamentos cirúrgicos, levou-o a Mumbai, onde ele passou a maior parte da década de 1930, ganhando dinheiro suficiente para sustentar sua esposa e filhos, e também outros membros de sua família, que viviam em Lyalpur.
No início da década de 1940 Hariwansh inscreveu-se para ser um oficial do exército britânico. Ele acreditava que os combatentes pela liberdade indiana dos anos 20 e 30 haviam falhado porque não tinham o treinamento militar adequado. Assim, apresentando-se para lutar pelos ingleses na Segunda Guerra ele pretendia obter um treinamento militar adequado a fim de posteriormente lutar contra a ocupação britânica em seu país. Durante todos os seus anos como membro do exército e como homem casado trabalhando em Mumbai, Hariwansh nunca abandonou seu amor por Krishna ou o desejo de ter visões dele.




Com o tempo, percebendo que o serviço militar era incompatível com seu estilo de vida, ele abandonou seu posto a fim de encontrar um Guru que lhe ajudasse a ver Krishna o tempo todo.Sua busca o levou por toda a Índia, e o fez visitar alguns dos mais famosos mestres da época, mas nenhum deles conseguiu lhe dar uma resposta satisfatória à sua pergunta padrão: “Você já viu Deus? Se sim, pode mostrá-l’O para mim?”.

Algum tempo depois dele ter retornado para casa, um sadhu [monge hindu mendicante] apareceu na porta de sua casa em Lyalpur, pedindo esmolas. Hariwansh lhe fez a mesma pergunta de sempre: “Você pode me mostrar Deus? Se não, conhece alguém que possa?



O sadhu respondeu, “Sim, eu conheço uma pessoa que pode lhe mostrar Deus. Se você o visitar, tudo ficará bem para você. Seu nome é Ramana Maharshi”.

Hariwansh informou-se com o sadhu e descobriu que Ramana Maharshi vivia em Tiruvannamalai, no sul da Índia. Como ele já havia gasto todo o seu dinheiro nas viagens anteriores em busca de um Guru, ele financiou sua presente jornada conseguindo um emprego em uma empresa que ficava em Chennai, uma cidade distante poucas horas de trem de Tiruvannamalai.

Quando ele chegou no ashram de Ramana Maharshi, em 1944, ele descobriu, para a sua frustração, que Ramana Maharshi era a mesma pessoa que tinha aparecido para ele, como um sadhu, em Lyalpur. Sentindo-se enganado, ele estava prestes a deixar o ashram quando foi informado, por um devoto residente, que Ramana Maharshi jamais havia deixado Tiruvannamalai nos últimos 50 anos. Intrigado, ele decidiu ficar.
Na primeira vez que falou com Ramana Maharshi ele perguntou: “Você é o homem que apareceu para mim na minha casa no Punjab?”. Sri Ramana permaneceu em silêncio. Então ele lhe fez a pergunta padrão: “Você já viu Deus? Em caso positivo, você pode me capacitar a vê-l’O?”.



O Maharshi respondeu: “Eu não posso lhe mostrar Deus porque Deus não é um objeto a ser visto. Deus é o sujeito. Ele é aquele que vê. Não se preocupe com aquilo que é visto. Descubra quem é aquele que vê.” E acrescentou: “Somente você é Deus”.

Muito embora Hariwansh não estivesse disposto a seguir tal conselho, ele permaneceu no ashram por tempo suficiente para ter uma experiência transformadora na presença de Sri Ramana. Assim ele a descreve:


"Suas palavras não me impressionaram. Elas me pareceram mais uma desculpa na longa lista daquelas que eu já havia ouvido de diversos swamis em todo o país. Ele prometeu mostrar-me Deus [quando apareceu em minha
casa no Punjab], mas agora ele diz que não apenas não pode me mostrar Deus, como também que ninguém mais pode. Eu o teria abandonado imediatamente sem pensar duas vezes, se não fosse pela experiência que tive
imediatamente após ele me dizer para descobrir quem era o “eu” que queria ver Deus.

Ao concluir suas palavras ele olhou para mim, e na medida em que fitou meus olhos profundamente, todo o meu corpo começou a tremer. Uma vibração de energia nervosa atravessou meu corpo. Eu sentia como se as minhas terminações nervosas estivessem dançando, e meus pelos arrepiaram-se todos. Tornei-me consciente do Coração espiritual dentro de mim. Este não é o coração físico.
É, isto sim, a fonte e o apoio de tudo o que existe. Dentro do coração eu senti ou vi algo como um botão de flor fechado. Ele era brilhante e azulado. Com o Maharshi me olhando e eu em um estado de silêncio interior, senti esse botão abrir-se e florescer. Eu uso a palavra “botão”, mas essa não é uma descrição exata. Seria mais correto dizer que algo que parecia um botão abriu-se e floresceu em meu Coração. Foi uma experiência extraordinária, que eu nunca tinha tido antes. Eu não tinha vindo em busca de experiências, e
quando isso aconteceu fiquei muito surpreso.

Apesar de tal experiência, Hariwansh decidiu que os ensinamentos de Sri Ramana não eram para ele. Então ele foi para o outro lado de Arunachala, a montanha sagrada onde Sri Ramana tinha permanecido toda a sua vida adulta, e continuou com suas meditações em Krishna.
Antes de retornar para Chennai, ele decidiu parar no Sri Ramanasramam e ver o Bhagavan mais uma vez. Hariwansh disse novamente que tinha visões constantes de Krishna.






Sri Ramana perguntou: “Você o vê neste momento?” Não, respondeu o devoto. “Então qual é a utilidade de uma divindade que surge e desaparece? Se ele é um Deus real, ele deve estar com você o tempo todo”, retorquiu o mestre.


Hariwansh retornou para Chennai para começar em seu novo emprego. Ele intensificou sua prática de repetir o nome de Krishna, coordenando-a com sua respiração, até que chegou num estágio em que repetia o mantra de Krishna 50.000 vezes todos os dias. Então, surpreendentemente, os deuses Ram, Sita e Lakshman apareceram diante dele em sua casa em Chennai, ficando com ele quase a noite toda. Depois que eles se foram, Hariwansh percebeu-se incapaz de continuar com a repetição dos mantras. Perplexo com esse novo desenvolvimento em sua prática, ele decidiu retornar ao Ramanasramam para explicar sua delicada situação ao Maharshi.

Após relatar os detalhes do que tinha acontecido, Sri Ramana respondeu-lhe dizendo que a sua prática foi como um trem que o levou ao seu destino. Assim Hariwansh descreve o encontro:

Sri Ramana disse: “O trem [de Madras a Tiruvannamalai] lhe trouxe até o seu destino. Você desceu dele porque não mais precisava do veículo… Foi isso o que ocorreu com a sua prática. Seu japa [repetição do nome de Deus], suas leituras, sua meditação, lhe trouxeram à sua destinação espiritual. Você não mais precisa delas. Você não as abandonou: essas práticas o deixaram espontaneamente porque alcançaram seu propósito. Você chegou.”

Então ele me olhou atentamente. Eu podia sentir que todo o meu corpo e mente estavam sendo lavados com ondas de pureza. Eles estavam sendo purificados pelo seu olhar silencioso. Eu sentia ele olhando diretamente para o meu coração. Sob o efeito daquele olhar encantador senti cada átomo do meu corpo sendo purificado. Era como se um novo corpo estivesse sendo
criado para mim. Um processo de transformação estava ocorrendo – o velho corpo estava morrendo, átomo por átomo, e o novo corpo estava sendo criado no seu lugar. Então, repentinamente, eu entendi. Compreendi que este homem com quem eu havia falado era, na realidade, o meu verdadeiro Ser, aquilo que sempre fui. Ocorreu um súbito reconhecimento, na medida em que me tornei consciente do Eu Real. Eu uso a palavra “reconhecimento” propositadamente, uma vez que eu soube, assim que essa experiência me foi revelada, que este era o mesmo estado de paz e felicidade no qual eu tinha ficado absorto quando era um garoto de seis anos de idade em Lahore.

O olhar silencioso do Maharshi re-estabeleceu em mim esse estado original. O desejo de buscar um Deus externo desapareceu sob a luz do conhecimento do Eu Real que o Maharshi me revelou. (…)
Eu sabia que minha busca espiritual havia terminado.



Em 1950, depois de Sri Ramana ter falecido, Hariwansh voltou para Tiruvannamalai com a intenção de viver lá como um sadhu, mas o destino tinha outros planos para ele. Após uma breve visita ao Sri Ramanasramam, ele viajou para Bangalore, onde lhe foi oferecido um trabalho como gerente de uma companhia de mineração. Ele aceitou a oferta, principalmente para ter recursos com os quais sustentar sua família, e pelos quinze anos seguintes, até sua aposentadoria em 1966, ele trabalhou em inúmeras minas em Karnataka e Goa. Assim que deixou seu emprego, Hariwansh começou a viajar por toda a Índia, e embora nunca tenha anunciado a si mesmo como um mestre, ele sempre atraía um pequeno número de devotos onde quer que fosse.
Esses números gradualmente começaram a crescer. Entre 1970 e 1990 viajou extensamente, tanto dentro da Índia como fora (Europa, América e Austrália), sendo a maioria das viagens feitas a pedido dos devotos que queriam vê-lo. Ele resistiu a todas as tentativas para fundar um centro ou ashram em seu nome, preferindo encontrar-se com pequenos grupos em suas próprias comunidades.





No final de década de 1980, quando a debilidade física o impediu de viajar sozinho, Hariwansh se estabeleceu em Lucknow, no norte da Índia, inicialmente na casa de sua família no centro da cidade, e de 1991 em diante em uma casa no subúrbio de Indira Nagar. Foi lá que ele passou os últimos anos de sua vida, dando satsangs diários, e ocasionalmente viajando para breves visitas ao rio Ganges. Faleceu em setembro de 1997.

Foi por volta de 1990 que ele recebeu o título de “Papaji”, que significa “pai respeitado”, e esse título era usado por virtualmente todas as pessoas que
vinham vê-lo nos últimos anos de sua vida.
Papaji sempre negou que tivesse algum “ensinamento”. O que ele tinha era uma assombrosa habilidade para proporcionar às pessoas que vinham a ele uma experiência direta do Ser Real.
Seu método não era mandar as pessoas meditarem e praticarem, colocando como meta distante alguma grande experiência espiritual. Era, ao contrário, mostrar-lhes que a consciência do Ser é possível aqui e agora, se procurada no lugar de onde a mente e o sentimento de individualidade surgem.

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Jiddu Krishnamurti


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Jiddu Krishnamurti nasceu em 11 de maio de 1895 em Madanapele, uma pequena vila no sul da Índia. Ele e seu irmão foram adotados em sua juventude pela Dra. Annie Besant, então presidente da Sociedade Teosófica. Dra. Besant e outros proclamaram que Krishnamurti seria o instrutor do mundo, vindo como os teosofistas haviam previsto. Para preparar o mundo para sua chegada, uma organização internacional chamada Ordem da Estrela do Oriente foi formada e o jovem Krishnamurti tornado seu líder.




Em 1929, entretanto, Krishnamurti renunciou ao papel que lhe fora destinado, dissolveu a Ordem com seus inúmeros seguidores e devolveu todo o dinheiro e a propriedade doados para seu trabalho.
A partir de então, por quase sessenta anos, até sua morte em 17 de fevereiro de 1986, ele viajou pelo mundo falando para grandes audiências e indivíduos
sobre a necessidade de uma mudança radical na humanidade.

Krishnamurti é tido mundialmente como um dos maiores pensadores e instrutores religiosos de todos os tempos. Ele não apresentava nenhuma filosofia ou religião, mas falava sobre coisas que preocupam a todos nós em nossa vida diária, dos problemas do viver numa sociedade moderna com sua violência e corrupção, da busca individual por segurança e felicidade e da necessidade da humanidade de se livrar do peso interior do medo, da dor e da tristeza. Ele explicou com grande precisão o funcionamento da mente humana e apontou a necessidade para trazer à nossa vida diária uma qualidade profundamente meditativa e espiritual.




Krishnamurti não pertencia a nenhuma organização religiosa, seita ou país, nem estava associado a qualquer escola política ou pensamento ideológico.
Pelo contrário, ele afirmou que estes são os verdadeiros fatores que dividem os seres humanos e que trazem o conflito e a guerra. Ele lembrava incessantemente aos seus ouvintes que antes de sermos hindus, muçulmanos, ou cristãos, somos seres humanos, que somos iguais ao resto da humanidade e que não somos diferentes uns dos outros. Ele pediu que andemos suavemente por esta terra sem nos destruir ou ao meio ambiente. Ele transmitiu aos seus ouvintes um profundo senso de respeito pela natureza. Seus ensinamentos transcendem os sistemas de crenças feitos pelo homem, o sentimento de nacionalismo e de sectarismo.



Ao mesmo tempo, eles dão um novo sentido e direção à busca da humanidade pela verdade. Seus ensinamento, além de serem relevantes à idade moderna, são atemporais e universais.
Krishnamurti não falava como um guru, mas como um amigo. Suas palestras e discussões não são baseadas num conhecimento tradicional, mas em seus próprios vislumbres sobre a mente humana e sua visão do sagrado, portanto ele sempre transmite uma sensação de frescor e clareza, apesar da essência de sua mensagem ter se mantido inalterada através dos anos.


Quando se dirigia a grandes audiências, as pessoas sentiam que Krishnamurti estava falando com cada uma delas pessoalmente, sobre seus problemas em particular. Em suas entrevistas privadas ele era um professor compassivo, ouvindo atentamente o homem ou mulher que vinha a ele em sofrimento, encorajando-o a curar a si mesmo através do seu próprio entendimento. Estudiosos de religião descobriram que suas palavras lançavam uma nova luz aos conceitos tradicionais. Krishnamurti aceitou desafios de cientistas modernos e psicólogos e os acompanhou passo a passo, discutiu suas teorias,
eventualmente capacitando-os a enxergar os limites dessas teorias.



Krishnamurti deixou um imenso acervo em forma de discursos públicos, escritos, discussões com professores e estudantes, com figuras religiosas e científicas, conversas com indivíduos, entrevistas em televisão e rádio e cartas. Muito deste material foi publicado como livros, áudio e vídeos. [ Fonte Aqui ]